sábado, 27 de abril de 2013

Inteligência para agir nos momentos de crise


Por mais difícil que seja, precisamos admitir que crises e confrontos, acertos e desacertos fazem parte da nossa vida. A grande questão é tomar a decisão certa quando esses momentos chegam, pois fazem parte da nossa humanidade, do nosso aprendizado e crecimento.
Porém, a pior coisa que se pode fazer em um momento de crise pessoal é partir para a revanche, como se outros fossem culpados das consequências que sofremos por nossos erros. Porém, muitas vezes esse é a nossa primeira opção, pois a coisa mais difícil que existe para o nosso ego é admitir que falhamos. Isso dói! Faz machucaduras que causam profundo incômodo e muitas vezes nos tiram de nosso “eixo”.

Mas o processo de negação não resolve o nosso problema, não nos torna maiores, pelo contrário, apequena-nos, enfraquece-nos no enfrentamento do pecado que tenazmente nos rodeia. “Assim nós temos essa grande multidão de testemunhas ao nosso redor. Portanto, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós” (Hb 12.1-SBB-NTLH).

O melhor a fazer quando somos confrontados por nossos erros é nos humilharmos diante do Senhor e recebermos, sem resistência, a correção. Isso é a inteligência espiritual, que faz com que nos recolhamos nesse "lugar", no lócus de tratamento. Trilhar o caminho da humilhação é o que nos leva a vencermos ao mundo, ao pecado e ao inferno.

Há pessoas que quando adoecem relutam para não procurar o médico. Quando percebem que não tem outro jeito, vão até ao profissional da saúde, mas quando ficam sabendo do tratamento a que têm que se submeter, relutam e, muitas vezes, abandonam o tratamento antes da hora. Mas, sabe, melhora não significa cura. Deixar o tratamento pela metade pode trazer sérias consequências. Isso fortalece o mal, da mesma forma que acontece quando não tomamos o antibiótico nas dosagens, quantidades e horários estabelecidos pelo médico.

Assim, ao sermos confrontas por Deus, por seus multiplos meios (seja no ambiente da Igreja, no meio social ou familiar), em função dos nossos erros e pecados devemos ser sábios e aceitar, sem resistências, o tratamento divino, até que o nosso caráter tenha sido devidamente trabalhado pelo nosso Fabricante, pelo nosso Idealizador, pelo nosso Criador, por Aquele que nos amou, por Aquele que nos salvou e que breve, breve vem nos buscar para Ele mesmo!

Precisamos ser como o terebinto que, depois de parecer morto, ressurge com toda a força e beleza. Ou seja, a correção não vai nos matar, na verdade, fará com que dos nossos cacos saiamos maiores e melhores.
Terebinto - renasce depois de, aparentemente, morto
 
Dizer que Deus nos ama não é tudo, precisamos agir como quem, efetivamente, sabe que é amado por um Deus responsável, que não está aí para fazer as nossas vontades. O amor do Senhor é amor que, quando necessário, faz a ferida com o objetivo de nos sarar, tal como profetizou Oséias:

Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. 
Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele.
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra (Os 6.1-3 – SBB/RA).

Nosso grande exemplo está em Davi, rei, adorador, líder, guerreiro, mas que reconheceu o seu pecado e se submeteu ao tratamento de Deus, quando o Profeta Natã lhe entregou a Palavra de Deus sobre o seu pecado com Bate-Seba. Depois de ouvir ao profeta e se arrepender, Davi toma uma decisão: Eu vou ensinar aos transgressores como eu o que aprendi! Como retratado no Salmo 51:

Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.
Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.
Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria.
Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve.
Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.
Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.
Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.
Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti (Sl 51.1-13 – SBB/RA).

Bom dia!

sábado, 20 de abril de 2013

O ímportante é ver Deus sorrir

"Dizer o que agrada o outro, como é bom! Mas, fomos chamados para incomodar e pregar o que levar homens ao CÉU!" (MSA).
 

Chegar com Jesus em casa

A mensagem que o Senhor trouxe ao meu coração para compartilhar na quinta-feira passada no Culto da Família, na Igreja Assembléia de Deus Ministério Vida (IEADMVida), Bairro da Penha, na cidade de Vitória (ES), teve como texto base Mateus 8.14-15, que retrata a chegada de Pedro em sua casa, acompanhado de Jesus.

Quando Pedro chega à sua casa encontra sua sogra doente. Ora, ele estava chegando acompanhado de um visitante ilustre. Quando isso acontece em nossas casas, normalmente não expomos aquilo que não seria digno de ser mostrado a pessoas importante. Mostramos o melhor que temos, somos educados, prestimosos, pisamos com elegância, dizemos com licença, muito obrigado... "Por favor! Tem gente importante por perto". Ou seja, o melhor de nós aflora, ou, no mínimo, nos esforçamos para isso.

Com Pedro, não deve ter sido diferente. Chama atenção o fato de que, em sentido contrário do que faz muita gente por aí, o, então, discípulo não ocultou a sua sogra, nem a sua enfermidade. Ela esta com febre, portanto, com um processo infeccioso. Estava, possivelmente, abatida. Pedro não escondeu o problema de sua família, pois se sua sogra estava doente, sua esposa deveria estar preocupada. Porém, Jesus tocou na mão da enferma e ela foi curada na mesma hora. (Enquanto escrevo, estou escutando o louvor "Toca em Jesus" de Eliã de Oliveira).

É lindo, pois a mulher moribunda se levanta e começa a servir a Jesus. Não sei o que ela fez de especial. Mas, trazendo para a nossa cultura, quem sabe ela fez um bolo de fubá e um cafezinho quentinho! Imagine o sabor! Consegue ver a fumaçinha do café fumegando na caneca?


Durante a ministração me lembrei de um momento em meu local de trabalho, ocorrido nesse dia, quando cheguei à sala de um departamento e vi uma apetitosa fatia de bolo de fubá na mesa de um colega. Eu lhe disse que bolo lindo! A amiga na sala contígua ouviu nossa conversa e disse que o bolo estava lá e me ofereceu. Normalmente eu teria agradecido e não teria comido. Porém, não resisti e comi do bolo. O estava delicioso. Ela me disse quem o havia feito. Ao encontrar com a autora da façanha, eu elogiei o sabor e a textura do bolo. Ela me disse que seu segredo era o leite de coco. Gente, depois de tudo isso, eu encomendei um bolo para o dia seguinte. Bom, na sexta-feira me foi entregue a deliciosa encomenda.


Fazendo um paralelo com a mensagem do culto, posso afirmar que quando Jesus chega a nossa casa, aquilo que faz morrer, as infecções, são saradas. Mas, para isso, não podemos tentar ocultar dele o mal que nos mata ou que destrói os nossos entes queridos. Quando Ele chega na nossa vida nós nos levantamos para fazer o melhor, da forma mais carinhosa e cuidadosa. O bolo de fubá que fazemos quando o nosso Mestre e Salvador está presente não é qualquer um, tem um toque a mais. Isso reflete os pequenos, mas significativos detalhes que ornam a nossa vida quando Jesus chega conosco em nossa casa -  nos tornamos melhores sujeitos, nos comportamos com todo o refinamento!

Também, ao ministrar, não pude esquecer a farofinha de minha mãe, Maria Odete. Em sua casa sempre tem farofa. Ora, nós somos oriundos do Norte brasileiro. Há alguns dias cheguei a sua casa e procurei a farofinha no lugar tradicional e não encontrei. E, então, lhe falei constando que não tinha farofa. Ela me disse de sua forma característica: "Espera aí, menina, deixa-me ver onde está". Bom, tentei dissuadi-la, mas ela insistiu e trouxe a farofa. Não, não tinha bacon, não tinha ovo nem milho. Essa iguaria de minha mãe é feita de quatro elementos: farinha, sal, cebola e manteiga. Mas tem um sabor delicioso. É muito bom. Ela sempre disse que seu segredo é o amor. Na pregação chamei esse alimento de "farinha temperada".



Avançando nessa reflexão, quando Jesus chega ao nosso ambiente familiar, quando Ele nos
acompanha em nosso cotidiano, quando nós entendemos que não podemos ser sujeitos dicotomizados,  não resta dúvida que Ele faz emergir o melhor de nós e em nós. Lembrei-me de meu esposo, ao chegar do supermercado. Dentre o que comprou, ele me mostrou um pacote de café diferente. Pareceu-me um excelente pó de café. E de fato o era. Ele escolheu o melhor produto que encontrou.

O que tem haver pó de café, farinha temperada e bolo de fubá com Jesus em nossas casas? O fato é que quando Jesus chega a doença que nos mata é sarada e nós nos levantamos, não para fazer mais do mesmo, nem da mesma forma. Erguemo-nos para fazer e dar o melhor de nós. Nossas mãos tocadas pelo Mestre têm a capacidade de colocar a pitada certa do sal e da manteiga, a quantidade de cebola e transforma a "insignificante" farinha em desejada farofa; temos boas ideias, como a de acrescentar um pouco de leite de coco no, outrora simples, bolo de fubá; temos inspiração de levar para casa um pó que vai fazer com que o cheiro de um delicioso café encha a nossa casa.

Tudo isso faz lembrar o hino: "Quando Ele chega a doença não aguenta vai embora...", pois para além de coisas que aguçam nosso paladar, estamos falando de qualidade do caráter e da dignidade do ser humano, estamos refletindo sobre vidas transformadas por Jesus Cristo.

Desejo que você sinta em tua casa o cheiro e o sabor da presença transformadora do Senhor Jesus, pois jamais alguém que age com brutalidade, com ignorância, com engano e subterfúgio em seu ambiente familiar poderá dizer que conhece ao Senhor.

Bom café!