domingo, 8 de abril de 2018

A Mulher e a sua Canção do Pão

Quando a Rússia invadiu a Lituânia, em junho de 1940, uma das providências para subjugar e eliminar a resistência dos lituanos foi proibir as suas canções folclóricas, que remetiam às raízes desse povo. Essas canções falavam do pão, o alimento mais importante para aquela população.


A colheita era um trabalho feminino e era realizado em dupla. Enquanto uma colhia a outra cantava e elas iam se revezando nessas funções até o fim da jornada. Era também assim que elas colhiam frutos e cogumelos.

Quando a Rússia fez a invasão, proibiu toda e qualquer manifestação cultural lituana, tudo que remetesse à origem desse povo, como forma de enfraquece-lo, inclusive o seu canto.

Conforme Maria Cândida, Veronika Povilioniene, que nasceu em 1946, quando o canto do seu povo estava proibido pelo invasor,  chegou à Universidade e iniciou com seus colegas a Revolução do Canto. Escondiam-se para cantar as canções de seu povo. “Foi justamente por meio do canto, em 1991, que cinquenta nos de domínio russo cessou na Lituânia. Em vez de combater com armas, o povo se reunia para cantar, inclusive cercando tanques de guerra soviéticos (2011, p. 107).
Não deixe o inimigo destruir os teus sonhos ou calar a tua canção!

Precisamos fazer nossas revoluções do canto cotidianamente, cantar nossa Canção do Pão, do Pão Vivo que desceu do céu, do alimento da alma. Precisamos fazer soar o som que anime nossas companheiras de caminhada e propósito, as mulheres da nossa geração, a assumir seu papel como mãe de nação. O Brasil precisa disso se queremos que as próximas gerações herdem um país em possam viver com dignidade.

Precisamos cantar a Canção do Pão que leve a salvação, a transformação àquelas por quem passamos e convivemos no dia a dia, que promova conforto e ânimo aos seus corações.

Cante a Canção do Pão!!!



Bibliografia
CANDIDA, Maria. Mulheres que brilham. São Paulo: Panda Books, 2011.