sábado, 12 de novembro de 2011

Sobre Deus e nós

Quando paramos para analisar introspectivamente sobre as concepções que norteiam nossa vida em confronto com a palavra de Deus - aliás, será que fazemos mesmo isso? - é possível que sejamos tomados pela convicção de que precisamos mudar muita coisa na base de nossa vida.

Uma das perguntas de deveríamos fazer seria: para quem vai a honra, a glória do sucesso de minhas ações e conquistas? A Palavra do Senhor nos diz "pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração" (At 17.28). Ora, se é nEle que vivemos e existimos, se dependemos dEle para nos movermos, se somos sua geração e dos seus lombos saímos, o quê resta para nos vã gloriarmos de nossos feitos? Não somos a fonte primária do feito, somos a fonte secundária, quiçá terciária.

Uma das coisas que aprendi na academia é que jamais um autor secundário poderá tomar para si o texto do outro sem lhe dar os devidos créditos. Eu posso, ao escrever meu texto, utilizar o pensamento de um autor que acredite ter pertinência com o tema que desejo desenvolver, mas tenho que destacar a citação que não me pertence com aspas. Se o texto ultrapassar três linhas, tenho que fazê-lo em um parágrafo separado, com fonte tamanho dez e recuo. Também preciso registrar o nome do autor, o nome da obra, a página de onde copiei a citação, a data da publicação, o nome da editora e sua localidade. Caso a obra tenha sido traduzida de outra língua, tenho que dizer quem foi o tradutor... ufa! Isso mesmo, preciso fazer tudo isso porque o texto utilizado para enriquecer o meu texto não me pertence. É possível que a idéia do outro autor me ajude a obter um dez com louvor, porém, eu não posso me apropriar da obra que não me pertence. Lealdade, legalidade é dar o crédito a quem de direito. Porém, nem sempre é assim que agimos com o nosso Deus, mesmo sendo seres que não conseguem garantir que poderão fazer o próximo movimento respiratório.

Ele nos capacitou, deu-nos dons e talentos, proporcionou-nos a capacidade de auferimos muitos "dez", muitos dez com louvor ao longo da vida. Nela, na vida, somos apenas os autores secundários das muitas façanhas. Ele é o Criador, nós as criaturas; Ele é o Ensinante, nós os seus aprendentes. O Apóstolo Paulo confessa com propriedade: "Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Rm 11.36). Ele chegou primeiro, nos amou primeiro, nos perdoou primeiro... Ele nos viu como massa ainda informe no ventre de nossas mães e planejou os nossos dias antes deles existirem (Sl 139).

Que permitamos que o Senhor eleve sempre o seu Santo Nome sobre nós. Afinal, somos apenas seus cooperadores, homens e mulheres que precisam compreender na prática que a maior realização não é quando o humano aparece, mas quando o que é terreno consegue desaparecer ao promover a visibilidade do Deus Eterno. Nessa hora, chegamos ao máximo de tudo o que podemos ser, nos unimos ao infinito!
Ao meu Deus, Senhor e Salvador, toda honra e glória!
 
"Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados" (At 10.43).

Nenhum comentário: