sábado, 19 de janeiro de 2008

Conquistadores Conquistados

Ontem eu tinha que comparecer ao culto em Ação de Graças pelo aniversário de uma irmã, dirigente do Círculo de Oração em uma de nossas congregações. Sendo assim, apesar dos muitos compromissos, procurei meditar sobre qual mensagem dedicar a aniversariante. Porém, mesmo havendo tantos textos bíblicos convencionados para esses momentos, em meu coração vinha com força a expressão do apóstulo Paulo: "mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.[...] recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber" (At 20.24,35).

A primeira impressão que se pode ter é que esse texto nada tem haver com o contexto de um aniversário de uma companheiras de caminhada ministerial, pois antes do versículo 24, Paulo fala sobre o que o Espírito Santo testemunhava por onde ele havia passado: "que lhe esperavam prisões e tribulações"(vs 23). No entanto, ele simplesmente iria prosseguir sua jornada e cumprir seu ministério até ao fim. Nada o deteria, nada obstaria sua caminhada. Ele estava determinado! Em seu peito queimava um fogo mais forte do que as espectativas sombrias das prisões fétidas, úmidas, imundas, sem luz, e os muitos açoite que lhe aguardavam.

Essa palavra se tornou irresitível em meu coração. E, quando a noite chegou, lá estava eu ministrando: "para aqueles que são chamados pelo Senhor, a missão é maior do que a própria vida; os objetivos da missão são maiores e mais fortes do que qualquer sonho e desejo pessoal; quem é chamado por Deus é tomado de tal forma pelo alvo a alcança que vence qualquer obstáculo, nada, absolutamente nada o detém. Isso indica que o diferencial de alguém que tem uma chamada ardendo em seu peito, é que sua referência está no céu, na eternidade de Deus, está acima de qualquer comparação e de qualquer poder e riqueza terrena. Ofensas não o param; calúnia não dimunui sua marcha; afronta não arefece seu ânimo e o seu amor. Isso faz lembrar de Neemias. Ele era um homem convicto, amava com força a cidade do seu Deus e sabia da importância de sua missão: "ESTOU FAZENDO UMA GRANDE OBRA, DE MODO QUE NÃO POSSO DESCER". A L E L U I A! Que exemplo a ser seguido.

Falando de homens consciêntes da importância de seu chamado, não posso esquecer de meu pai. Para custiar a viagem e a estada da família na cidade de Itacoatiara (Am), onde ele formaria uma banda de múscia para tocar na igreja Assembléia de Deus, ele simplesmente vendeu a casa da família, e com esse recurso empreendemos a viagem. O que mais chama a atenção, é que não se trava de ir pastorear uma igreja onde ele pudesse ser assalariado. Era apenas para ensinar música numa cidade do interior! Loucura ou irresponsabilidade de um pai de família? NÃO, ele sabia para quem o fazia. Hoje, meu pai já está há quinze anos com o Senhor, mas minha mãe não está desamparada ela tam sua casa própria. Deus tem cuidado dela. Um dos seus prazeres é trocar de móveis! Deus é fiel!

Mas voltando ao culto de ação de graças, enquanto ministrava a palavra do Senhor, me lembrei de outra convicção do apóstulo dos gentios: "Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus"(Fp 3.12). Creio que esse texto resume tudo o que disse até aqui. Paulo era um conquistador conquistado. Quando somos conquistado por Cristo, somos totalmente rendidos a Ele e lutamos a cada dia com toda a força de nossa alma para conquistar o alvo! Nenhum prazer ou valor terreno suplanta o que Deus introgeta dentro de nossas alma.


Saindo de Vitória (ES), vamos à Itália? Nessa foto, estou diante do Coliseu, em Roma, acompanhada da querida sorella Cida, que junto ao seu esposo, fratello Leopoldo, percorreram comigo a metade da Itália para que eu pudesse ver de perto esse monumento que conta um pouco do muito sofrimento e tenacida de nossos primeiros irmãos. Quando estávamos dentro do Coliseu, Cida me perguntou: "irmã Marta, a senhora está ouvindo alguma coisa, alguma voz? Porque dizem que as pessoas costumam ouvir alguma coisa aqui". Então, lhe respondi: "Eu não estou ouvindo nada. Só estou me perguntando o que eles, os nossos primeiros irmãos, tinham a mais do que nós, o que os movia a ponto de suportarem tal sofrimento e não negarem ao Senhor?". O que se perdeu?". Hoje eu só posso concluir:

NOSSOS PRIMEIROS IRMÃOS ERAM CONQUISTADORES CONQUISTADOS.

Os mártires do Coliseu, como Paulo, iam até às últimas consequências para conquistar a conquista de Deus em suas vidas, a qualquer preço!


Uma pergunta fica para nós respondermos: Por que desistimos tão fácil? Hoje, são muitos que negam e abandonam a Jesus fácil. Se se aborrecem com o pastor, abandonam a Jesus; se têm um problema com um irmão, abandonam a Jesus; se terminam um namoro com um jovem da igreja, abandonam a Jesus. Se a luta cresce em suas vidas, abandonam a Jesus. E agora, um desafio: Quando vamos nos deixar conquistar verdadeiramente pelo amor do/pelo Senhor?

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