segunda-feira, 12 de maio de 2008

A rede de proteção foi rompida!


No dia 26 de abril, durante o momento de oração do Ministério Mães do Brasil (mulheres que se interessam pelo bem do país se reunem para clamar a Deus em função das causas nacionais) ocorreu em meu coração um forte sentimento que compartilho agora neste artigo.

Nesse dia, uma das situações que convulsionavam nosso país era (e ainda é) a morte brutal da pequena Isabella. No momento da oração, me veio com forte dor na alma a expressão: "Senhor, a tela de proteção foi rompida!". Ora, toda vez que olhamos para os prédios de nossa cidade e vemos uma tela nas janelas e/ou nas belas varandas, logo sabemos: ali mora uma ou mais crianças. O sentimento que temos é de proteção. É a família cuidando da sua prole. Esse é o quadro de normalidade que compõe o nosso imaginário sobre família: proteção, cuidado, segurança, zêlo, afeto, suporte emocinal, lugar de bem-querer! Isso é família. É nesse ambiente que um ser humano aprende a ser pai e mãe. Dos adultos o pequeno ser em formação aprende os modelos que irá, com algumas varáveis, reproduzir mais tarde em sua vez como adulto.

Durante a faculdade de pedagogia, algumas expressões passaram a compor meu mundo conceitual e, portanto, meu vocabulário, dentre elas: "figura cuidadora" para designar o adulto responsável por uma criança; "rede de proteção social", para as instituições governamentais de saúde, educação e segurança, etc. Isso tudo tem haver com nossa representação social sobre a vida humana em sociedade, ou seja, o ambiente social e familiar são, para todos os efeitos, lugares de cuidado pela vida humana. Jamais espaços de violência e destruição da vida.

Dessa forma, qualquer pessoa que passesse em frente ao edifício London, em São Paulo, e olhasse em diração ao sexto andar, veria a normalidade de nossa representação social: no apartamento cercado pela tela de proteção moravam figuras cuidadoras de pequeninos seres felizes. Porém, no dia 29 de março, às 23h30, após atos brutais e desumanos de violência inexplicável, a tela foi rompida e pela ruptura foi projetado o dócil e indefeso corpo de Isabella Nardoni, uma linda garotinha de 5 anos de idade.

Bom, isso seria nada mais nem nada menos do que o retrato de uma mundo que caminha cada vez para mais distante de seu Criador; o resultado de uma humanidade que se desumaniza cada vez mais; que a cada dia se torna mais insaciável; que perde o componente divino de sua essência e, por isso, se descaracteriza ainda mais. No entanto, a imagem da tela rompida revela mais. Ela denuncia investimentos de forças diabólicas que lutam para destruir o pouco que nos resta de nossas características humanas, principalmente no âmbito familiar, o nosso primeiro e último espeço de esperanças.

Ora, se não pudermos acreditar mais nas pessoas que nos deram a vida, se não nos sentirmos seguros perto dos homens de cujos lonbos saímos e das mulheres que nos gestaram por nove longos meses, como viveremos? É como se um vaso de cristal se qubrasse e o encanto se desfizesse.

Ao dialogar com uma amiga, Isabel, sobre esse assunto, ela me falou sobre a imagem de capa da Revista da Semana (Editora Abril). Dias depois ela me enviou a revista que traz a imagem que ilustra este artigo: a ruptura tem a forma e o tamanho do Brasil.

Nesse momento, me lembro do que Deus fala ao profeta Ezequiel a respeito de Israel que, sem esperança, se sentia como um vale de ossos secos: "[...] estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados" (Ez 37.11). Creio também ser esse é o sentimento que invade a muitos brasileiros neste momento. Mas ainda tem jeito. O Senhor diz ao profeta: profetiza sobre esse vale. Após relutar o profeta atende a orientação divina e vê o vale de ossos secos transformar-se em um grande exército. Eu creio que o Espírito do Senhor pode soprar sobre o nosso país, se nós profetizarmos, e levantar da inércia espiritual em que se encontra sua população.

Por que levantar da inércia espiritual? Uma população inerte espiritualmente se torna uma massa acrítica, volúvel, manipulável; aceita complacente que a corrupção domine em suas instâncias governamentais e que a violência controle suas cidades. Mas, quando vem o Espírito do Senhor nós renascemos, somos gente, somos cidadãos; somos soldados e não deixamos que o adversário roube a nossa herança.

Quando Deus é o Senhor de uma nação, os nóis dos fios que tecem a rede de proteção são refeitos!

Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles fôlego.
Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo
(Ez 37.7-10).

Um comentário:

Unknown disse...

Meu espirito fica muito triste com a situação em que se encontra a humanidade, sem amor, sem respeito, sem consideração uns pelos outros. É triste não podermos confiar nem mesmo em nossos pais. Meu Deus o que fazer? para onde ir? A resposta é orar, orar, orar e ir ao encontro de Jesus sempre, pondo-O sempre a frente de nossa vida e interceder pelos outros. Que Deus tenha missericórdia de nossas vidas e nos dê um coração quebrantado e um Espírito contrito disposto a obedecê-lo todos os instantes. Que o Senhor te guarde e proteja e continue a te usar para edificar outras vidas. Bjs amo-te em Cristo.